Prefeito de Sorriso conhece programa de compensação de ativos ambientais

Sustentabilidade. Cada vez mais, a palavra que representa o tripé harmônico entre economia, meio ambiente e cuidado com as pessoas, começa a ser traduzida em ações práticas e diretas. Na manhã de sexta-feira (4 de março), o engenheiro agrônomo, mestre em Agricultura Tropical, e consultor do Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM), Valdenir dos Santos, apresentou ao chefe do Executivo sorrisense, que também é presidente do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Cidesa) Alto Teles Pires, Ari Lafin, o trabalho que vem desenvolvendo no segmento de gestão ambiental. Também participaram do encontro o vice-prefeito Gerson Bicego e o secretário de Governo, Hilton Polesello.
Segundo Valdenir, que já foi prefeito de Nova Ubiratã, sua atuação, via IPAM, consiste na compra do ativo ambiental dos produtores rurais, ou seja, aquela área que o produtor poderia desmatar, mas que optou deixar a vegetação em pé, seja floresta ou cerrado, pode gerar uma renda extra. Não tem a safra da soja, do milho? Então, esta safra é garantida simplesmente pelo fato de se manter a vegetação nativa preservadinha.
Prospecção e ações já realizadas
A revista científica Frontiers publicou, em fevereiro, artigo inédito no qual estima que a Amazônia Legal possui um total de 11,3 milhões de hectares de vegetação nativa em propriedades privadas, uma área maior que Paraíba e Rio Grande do Norte juntos.
Esses ativos, que podem ser legalmente desmatados, contêm um estoque de 474 milhões de toneladas de carbono acima do solo amazônico brasileiro. O número corresponde a 75% das reduções anuais de emissões nacionais de CO2 prometidas em 2015 na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).
E o trabalho do Ipam, via programa Conserv, é garantir que esta área continue intocada e que os proprietários sejam economicamente recompensados por isso. Até o momento, o programa possui nove contratos firmados, concentrados no Estado de Mato Grosso e já realizou 25 pagamentos a produtores. São mais de 11 mil campos de futebol protegidos (8.410 hectares). A expectativa é de que sejam contratados ao longo deste ano 20 mil ha de ativos de vegetação nativa, distribuídos entre 20 e 30 fazendas em três locais diferentes da Amazônia Legal, incluindo Cerrado e bioma amazônico.
Foco de atuação
Valdenir explica que, nesta fase, o foco do programa está justamente na região do Cidesa Alto Teles Pires. O prefeito Ari Lafin já se comprometeu a partilhar as ações do programa junto aos representantes de todos os municípios que integram o Cidesa, como forma de potencializar a iniciativa, indispensável para o processo de desenvolvimento sustentável de toda a região. “É, sem dúvida, um processo que permite colocar em prática ações sustentáveis alicerçadas à geração de renda, o que, inevitavelmente, traz reflexos positivos à toda cadeia produtiva”, pontua o gestor.