Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bem vindo ao Visão Notícias - 01 de Setembro de 2025 - 16:42

DENÚNCIA

Após fuga de duas detentas, sindicato aponta série de falhas no sistema prisional de MT

19 de Agosto de 2025 ás 07h 03min, por VISÃO NOTÍCIAS
Foto por DIVULGAÇÃO

Após a fuga de duas detentas de alta periculosidade da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, o Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (SINDSPPEN-MT) voltou a denunciar uma série de falhas que, segundo a entidade, colocam em risco a segurança da população e a integridade dos policiais penais. Para o sindicato, o episódio não é um caso isolado, mas reflexo direto do colapso do sistema prisional no estado.

De acordo com a categoria, a unidade feminina abriga atualmente cerca de 360 custodiadas e mais 110 detentos que desempenham atividades internas, entre eles 52 presos transferidos da Penitenciária Central do Estado (PCE). Apesar da superlotação, o efetivo disponível é de apenas nove policiais penais por plantão, proporção muito acima do limite recomendado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), que estabelece até cinco presos por agente como parâmetro de segurança mínima.

Em nota, o SINDSPPEN-MT afirmou que os profissionais trabalham em condições precárias, sem equipamentos adequados, com sistemas de monitoramento obsoletos e sob constante risco. “A fuga apenas evidencia o que há anos denunciamos: a segurança penitenciária está sendo levada ao limite pela negligência do poder público. Nossos policiais penais enfrentam riscos extremos e trabalham no limite de suas capacidades”, destacou a entidade, que também reivindica a convocação imediata dos aprovados no último concurso público, a manutenção dos equipamentos de vigilância e a criação de postos estratégicos para reforçar a segurança.

O sindicato ressalta ainda que não aceitará que policiais penais sejam responsabilizados por falhas que considera de competência exclusiva do Estado. “O Estado, ao descumprir sistematicamente as normas e recomendações técnicas, tornou-se cúmplice de um sistema que facilita o avanço do crime organizado, a entrada de ilícitos e a ocorrência de fugas. A segurança penitenciária é obrigação constitucional do Estado e será cobrada como tal”, completou.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) confirmou a fuga e informou que abriu sindicância para apurar as circunstâncias do ocorrido. Equipes das forças de segurança seguem realizando buscas na tentativa de recapturar as duas detentas.