Sindjor/MT repudia ataques a jornalistas e alerta para tentativa de silenciamento da imprensa em MT

O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor/MT) divulgou uma nota pública nesta sexta-feira (19) em que manifesta profunda preocupação com o aumento de ataques contra profissionais da imprensa no estado. A entidade expressa solidariedade aos jornalistas Luiz Mário do Espírito Santo Pereira e Leandro Lima do Nascimento, alvos recentes de ações que, segundo o sindicato, configuram tentativas de intimidação ao exercício profissional da categoria.
Conforme a Nota, o jornalista Luiz Mário, responsável pelo programa Veracidade, está sendo processado pelo engenheiro e sócio da gestora de investimentos Esh Capital, Vladimir Joelsas Timerman, que move uma ação indenizatória no valor de R$ 50 mil. A ação tem como base a veiculação de uma reportagem que, de acordo com o Sindjor/MT, apenas cumpriu seu dever jornalístico de investigar e divulgar informações de interesse público, especialmente envolvendo um nome atuante no mercado financeiro.
Para o sindicato, a iniciativa de acionar judicialmente o jornalista revela uma estratégia de silenciamento da imprensa, utilizando o poder econômico e os instrumentos judiciais como forma de censura indireta — prática que fere os princípios constitucionais da liberdade de expressão e do direito à informação.
Outro caso citado na nota envolve o jornalista Leandro Lima do Nascimento, do site Olhar Cidade, que foi alvo de injúria por parte do vereador Marcos Vinícius Borges, conforme registrado no Boletim de Ocorrência nº 2025.300829. Após a divulgação de um vídeo com conteúdo jornalístico, o parlamentar teria publicado um comentário zombando da condição neurológica do repórter — o tremor essencial — em uma rede social. O comentário, posteriormente apagado, foi classificado pelo sindicato como "abjeto e criminoso".
A entidade aponta que o caso ultrapassa os limites da crítica ou da discordância política e atinge diretamente a dignidade humana, utilizando uma condição de saúde como instrumento de ataque pessoal. “Trata-se de um ato que revela não apenas o desrespeito pela liberdade de imprensa, mas uma flagrante falta de humanidade”, ressalta o trecho da nota.
Para o Sindjor/MT, embora distintos em natureza, os dois episódios têm um objetivo comum: calar jornalistas e impedir o exercício do jornalismo crítico e investigativo, seja por meio da judicialização excessiva, seja pela humilhação pública.
A entidade sindical afirma que acompanhará de perto os desdobramentos dos casos e seguirá atuando para defender os direitos dos jornalistas em Mato Grosso. “A intimidação de um jornalista é uma ameaça a todos”, conclui o texto.
Confira a íntegra da nota divulgada pelo Sindjor/MT:
O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor/MT) vem a público manifestar sua profunda preocupação com a escalada de ataques contra profissionais de imprensa no estado e prestar irrestrita solidariedade aos jornalistas Luiz Mário do Espírito Santo Pereira e Leandro Lima do Nascimento.
O jornalista Luiz Mário, responsável pelo Programa Veracidade, enfrenta uma ação judicial movida pelo engenheiro e sócio da gestora de investimentos Esh Capital, Vladimir Joelsas Timerman. A tentativa de silenciar a imprensa por meio do poder econômico e do aparato judiciário é uma afronta direta à Constituição. A ação indenizatória, que busca uma reparação de R$ 50.000,00, tem origem em uma reportagem que cumpriu seu dever de ofício: apurar e dar luz a fatos de evidente interesse público, envolvendo a atuação de um agente proeminente no mercado de capitais. É inaceitável que o exercício regular do jornalismo investigativo seja tratado como um ato ilícito.
Este, infelizmente, não é um caso isolado. A intimidação contra a categoria tem se manifestado de formas ainda mais vis e covardes, extrapolando o assédio judicial para o campo do ataque pessoal e discriminatório. Recentemente, o repórter Leandro Lima do Nascimento, do site Olhar Cidade, foi vítima de injúria por parte do vereador Marcos Vinícius Borges, conforme registrado em Boletim de Ocorrência (nº 2025.300829). Após a publicação de um vídeo de conteúdo jornalístico, o parlamentar publicou um comentário em uma rede social zombando de uma condição neurológica do repórter, conhecida como tremor essencial.
A atitude do vereador, que posteriormente apagou o comentário na tentativa de se eximir da responsabilidade, é abjeta e criminosa. Utilizar a condição de saúde de um jornalista como arma para atacá-lo por não concordar com seu trabalho é uma linha que nenhum representante público ou cidadão deveria cruzar. Trata-se de um ato que revela não apenas o desrespeito pela liberdade de imprensa, mas uma flagrante falta de humanidade.
Os casos de Luiz Mário e Leandro Lima, embora distintos em suas naturezas, são faces da mesma moeda: a tentativa de calar jornalistas e impedir a fiscalização do poder, seja ele econômico ou político. Tais ações visam não apenas constranger os profissionais, mas também impor um efeito amedrontador a toda a categoria.
O Sindjor/MT repudia com veemência ambas as condutas. A judicialização como mordaça e o ataque pessoal como retaliação são ferramentas dos que preferem a opacidade à transparência. Reiteramos nosso total apoio aos jornalistas e informamos que acompanharemos o desenrolar dos casos, prontos para atuar em todas as frentes para garantir que o direito de informar, e o de ser informado, prevaleçam. A intimidação de um jornalista é uma ameaça a todos.