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Bem vindo ao Visão Notícias - 12 de Dezembro de 2025 - 09:31

DOR DE UMA MÃE

Mãe relembra morte do filho assassinado em 2005 e comenta execução do condenado em Sinop

11 de Dezembro de 2025 ás 08h 43min, por VISÃO NOTÍCIAS
Foto por DANILO DELAÍ

Em entrevista exclusiva concedida à Real TV, afiliada da Record TV em Sinop, Josiana Aparecida da Silva falou sobre a morte do filho, Bruno Aparecido dos Santos, assassinado em 2005, quando tinha apenas nove anos de idade. A mãe também comentou a execução de João Ferreira da Silva, condenado pelo crime, morto na manhã da última quarta-feira (10).

Bruno desapareceu no dia 28 de outubro de 2005, após sair da casa do pai para visitar uma tia. A família iniciou buscas imediatamente, mobilizando a comunidade em extensa procura por diversos pontos da cidade, incluindo áreas de mata e regiões de difícil acesso. O menino foi localizado sem vida no dia 1º de novembro, em um dos casos que mais chocaram Sinop.

Durante a entrevista, Josiana relembrou a dor da perda e contou que o sofrimento, embora amenizado pelo tempo, nunca desapareceu completamente.
“Eu não gosto de comentar, mas nunca esqueço. A dor acalma, né? Deus conforta a gente. E todos os dias eu lembro dele”, disse.

A mãe comentou ainda que, caso estivesse vivo, Bruno teria hoje 29 anos. Emocionada, ela refletiu sobre as possibilidades interrompidas pela tragédia: “Hoje ele poderia ter meus netos, poderia ser um homem formado. Não tenho nada disso. É uma dor.”

Sobre a morte de João Ferreira da Silva, Josiana afirmou acreditar que outras vítimas foram poupadas com o fim do acusado. “Eu peço perdão a Deus por estar feliz. Não pelo meu filho, porque ele não volta mais. Mas estou feliz por ele não poder matar mais ninguém. Nenhuma criança vai ser morta por ele.”

Como já noticiado, João Ferreira da Silva foi morto na manhã de quarta-feira (10), em Sinop, horas após deixar a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, o Ferrugem. Segundo informações preliminares, vários disparos atingiram o pedreiro, que morreu ainda no local. A polícia investiga se existe relação entre sua saída do presídio e o assassinato, embora a motivação e a autoria ainda não tenham sido esclarecidas.

No dia anterior à sua morte, João havia deixado o Ferrugem após a apresentação de um alvará de soltura expedido pela Justiça de Sinop, decisão que gerou grande repercussão pela gravidade do crime pelo qual havia sido condenado. Conforme as investigações da época, João teria atraído Bruno para a casa em construção onde morava. Em depoimentos, confessou ter agredido e violentado a criança antes de cometer o homicídio. Em seguida, enterrou o corpo do menino próximo ao imóvel.

Dez dias após o desaparecimento, o suspeito foi preso por outro atentado contra uma criança. Durante buscas na construção onde vivia, policiais encontraram indícios que o ligavam ao desaparecimento de Bruno, incluindo bolinhas de gude pertencentes ao menino. Diante das evidências, João confessou o crime e indicou o local onde havia enterrado o corpo.

As provas reunidas incluíram laudos periciais, mapa topográfico de lesões, análise do local de morte violenta e a confirmação da ocultação do cadáver. Apesar de ter confessado inicialmente, mais tarde, em juízo, João afirmou que “não se recorda se foi ou não o autor dos fatos”.

O caso volta a ganhar repercussão agora, com a morte do acusado, reacendendo lembranças dolorosas para a família e a cidade, que ainda carrega as marcas de um dos crimes mais brutais registrados em Sinop.