Colniza (MT) é primeiro no ranking de desmatamento ilegal com 92%
Dados do monitoramento por satélite da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT) apontam que 92% do desmatamento registrado em Colniza, a 1.022 km de Cuiabá, entre 1º de janeiro e 28 de março, é ilegal. Desde 2019, o município registra o maior índice de desmate no estado.
Conforme o levantamento, apenas 8% da prática registrada neste ano na região tinha autorização da Sema.
Em todo o estado, foi registrado 62% de desmatamento ilegal, o que resultou na destruição de mais de 44 mil hectares, segundo o levantamento via satélite.
Colniza, Barra do Bugres e Apiacás estão entre os 10 que mais desmataram na Amazônia em fevereiro. Juntos, eles registraram 43 km² de devastação.
Ranking dos 20 municípios que mais desmatam e porcentagem de legalidade:
- 1 - Colniza, 8% legalizado
- 2 - Nova Ubiratã, 79% legalizado
- 3 - Comodoro, 78% legalizado
- 4 - Marcelândia, 8% legalizado
- 5 - Paranatinga, 77% legalizado
- 6 - Juara, 49% legalizado
- 7 - Querência, 78% legalizado
- 8 - Tabaporã, 85% legalizado
- 9 - Feliz Natal, 75% legalizado
- 10 - Porto dos Gaúchos, 15% legalizado
- 11 - Barra do Bugres, 99% legalizado
- 12 - Nova Bandeirantes, 28% legalizado
- 13 - Peixoto de Azevedo, 6% legalizado
- 14 - Apiacás, 19% legalizado
- 15 - Aripuanã, 7% legalizado
- 16 - Campos de Júlio, 78% legalizado
- 17 - União do Sul, 48% legalizado
- 18 - Santa Carmem, 94% legalizado
- 19 - Nova Maringá, 87% legalizado
- 20 - Juína, 40% legalizad
De acordo com a Sema, apesar do alto índice, o desmate legal, com autorização do órgão ambiental e respeitando a legislação brasileira, aumentou em Mato Grosso nos últimos anos.
Em 2019, o índice estava em torno de 5%. Agora chega a 38%.
Nesse mesmo período, houve mudanças para quem quer empreender em áreas de mata no estado, facilitando a autorização para o desmate. Atualmente, os empresários podem solicitar a liberação por meio da internet, com um tempo de análise menor.
Segundo a secretaria, as pessoas que desmataram de forma ilegal agora também são chamadas para se regularizar, por meio da conciliação ambiental.
Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que Mato Grosso foi o que mais desmatou em janeiro e fevereiro, se comparado aos nove estados que compõem a Amazônia Legal.
Apenas em fevereiro, 96 km² de floresta foram derrubados em solo mato-grossense, o que corresponde a 32% do total. O estado também registrou a maior alta na devastação em relação a fevereiro do ano passado, de 300%.
Nas áreas de Amazônia Legal, em Mato Grosso, cada propriedade deve preservar 80% do território com vegetação nativa, e nas áreas de Cerrado e de transição, 35%. O restante da área é passível de autorização para desmate.
A Sema informou que realiza fiscalização remota e presencial no estado, além de campanhas de comunicação, nos municípios onde o desmate é majoritariamente ilegal.