Abertura Nacional da Colheita do Milho 2ª Safra aconteceu nesta quarta-feira em Claudia/MT

Os desafios para o milho no curto prazo e as perspectivas políticas para o agro marcam a Abertura Nacional da Colheita do Milho Segunda Safra nesta quarta-feira (12) no município de Cláudia, em Mato Grosso. O evento marcou oficialmente a colheita do cereal no país.
A abertura aconteceu na Fazenda Jaqueline, do produtor mato-grossense Zilto Donadello. O evento contará com a participação de especialistas do setor produtivo, além de autoridades políticas.
O município de Claudia (80km de Sinop) tem a sua renda principal de 43% a agropecuária. A lavoura ocupa aproximadamente 120mil hectares de seu território.
Mato Grosso colheu 49,45% da área destinada ao milho segunda safra 2022/23 até o dia 7 de julho e, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as negociações da produção chegaram a 53,47% no mês de junho.
No estado, projeções apontam para uma produção recorde de 50,15 milhões de toneladas. Em alguns municípios, como Nova Mutum e Sorriso, já é possível ver cereal à céu aberto por falta de espaço nos armazéns.
“A gente fica muito contente em receber o evento, mostrar a segunda safra de milho, a importância da cultura do milho para o Brasil e o mundo”, comenta Zilto Donadello, produtor rural e proprietário da Fazenda Jaqueline.
Esteve presente no evento o presidente da Aprosoja/ MT, Fernando Cadore, que disparou duras críticas quanto ao preço aplicado do milho. Ele também falou da importância cereal para compor a renda do produtor, mas hoje está em falta.
“Nós temos muita preocupação em relação a viabilidade e é momento de esperarmos o ajuste dos custos. Não precisa ter pressa para pagar caro, num ambiente do milho a R$ 40 e semente a R$ 1mil, com fertilizantes caríssimos, com máquinas que triplicaram de preço, talvez o momento para a formação da nova safra seja de cautela” disparou o presidente durante o evento.
Otávio Fernandes Canesin, presidente Institucional da Abramilho, esteve presente no evento e ressalto a importância do Mato Grosso na produção. Ele ainda disparou sobre a nova Reforma Tributária.
Vilmondes Tomain, presidente do Sistema Famato, usou o espaço para falar do avanço que o Estado tem sobre a produção de milho e também ressaltou alguns gargalos do setor, principalmente no armazenamento da produção. “Eu falo do Mato Grosso com orgulho, isso mostra que estamos mostrando para o mundo como os agricultores são competentes e dedicados. Temos problemas sim, estamos no sistema buscando as condições e meios para gente tentar amenizar os impactos negativos, como a falta de locais para o armazenamento do produto”, disse Vilmondes.
Sétima temporada do Mais Milho
A sétima temporada do Mais Milho teve início no dia 15 de fevereiro em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Na ocasião foi realizado o painel “Produção e desenvolvimento da cultura do milho em Mato Grosso do Sul”, que contou com a presença do setor produtivo e especialistas da indústria e área econômica.
Entre os assuntos abordados, até o momento, foram pontos como logística, políticas públicas para o milho, cigarrinha do milho, ganho de produtividade, entre outros. O Mais Milho tem como principal característica levar informação constante aos produtores, técnicos, agrônomos e todos os envolvidos com a cultura.
Foco no olhar de quem enfrenta obstáculos e encontra estratégias para superá-los e ajuda a fazer da agricultura brasileira referência no planeta.
O projeto é também uma iniciativa em busca de soluções para os desafios dentro e fora das fazendas, dando visibilidade ao que pensam as entidades que representam o setor, a pesquisa, tradings e grandes consumidores do grão brasileiro.
A cada safra, a cada temporada, são mostradas as perspectivas de como o milho pode avançar em tecnologia, produtividade, logística, mercado, agregação de valor e geração de novas oportunidades, como, por exemplo, o uso do grão como matéria-prima para a produção de energia renovável.