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Saúde

Cerca de 300 profissionais da saúde são capacitados para diagnóstico da hanseníase

07 de Outubro de 2019 ás 10h 59min, por Fernanda Nazário | SES-MT
Foto por Assessoria

Um grupo de 300 profissionais da saúde de 10 municípios da Região Sudeste de Mato Grosso concluíram, nesta sexta-feira (04.10), a capacitação em vigilância, diagnóstico e atenção à hanseníase, em Tangará da Serra (a 241 km de Cuiabá). A capacitação é custeada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), em parceria com o Instituto Alliance Against Leprosy, o Instituto Lauro de Souza Lima e as Secretarias Municipais de Saúde.

Esta é a terceira capacitação realizada em Mato Grosso neste ano. A primeira ocorreu em agosto, na região Noroeste, e a segunda no Vale do Peixoto, localizado no Norte do Estado. O curso está previsto no Plano Estadual Estratégico de Enfrentamento da Hanseníase e deve atender às 16 regiões de saúde mato-grossenses.

De acordo com a coordenadora de Atenção às Doenças Crônicas da SES-MT, Ana Carolina Landgraf, a metodologia de ensino da qualificação é dinâmica, com aulas teóricas e práticas de aprendizagem, como avaliação de casos clínicos. “Os pacientes encaminhados pelos municípios se dispuseram prontamente a participar em benefício da melhora da performance clínica dos profissionais”, ressalta.

Ela explica ainda que o curso é importante porque impacta diretamente no diagnóstico cada vez mais precoce da doença e na qualidade do tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A parceria entre Estado e demais instituições possibilita a capacitação dos profissionais da atenção primária, dos ambulatórios de atenção especializada regionalizados em hanseníase e de outros serviços de saúde disponíveis nas regiões, com foco no cumprimento das metas do Plano Estadual”, afirma a gestora.

O Curso
Durante o curso, que teve início na segunda-feira (30.09), os participantes tiveram aulas práticas e teóricas de epidemiologia, diagnóstico e assistência. As aulas práticas ocorreram em unidades de saúde e viabilizaram o exame físico de mais de 35 pessoas acometidas pela hanseníase ou com diagnóstico não conclusivo.

Participaram do curso médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêutico-bioquímicos, odontólogos, técnicos da atenção primária, representantes dos ambulatórios de atenção especializada em hanseníase, entre outros profissionais de saúde.

As próximas capacitações estão previstas para ocorrerem, entre 25 e 29 de novembro, em Rondonópolis, onde profissionais de 21 municípios serão qualificados. De março a novembro de 2020, a SES e demais parceiros seguem com o curso em outras regiões de saúde do Estado.

Os parceiros

A Alliance Against Leprosy – em português “Instituto Aliança Contra a Hanseníase” – é uma associação civil sem fins lucrativos, com atuação em pesquisa, educação e filantropia na área de hanseníase, com sede Curitiba (PR). Já o Instituto Lauro de Souza Lima presta um serviço de referência em dermatologia geral para a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo; a Organização Mundial da Saúde (OMS) também o considera uma referência no tratamento da doença, sobretudo na América Latina e em países de língua portuguesa.

O professor que ministra o curso, Jaison Barreto, é cedido pelo Instituto Lauro de Souza Lima, instituição em que trabalha. A SES-MT custeia as despesas com passagem e estadia do palestrante e também dos demais profissionais da secretaria envolvidos na capacitação. Já o Instituto Aliança Contra a Hanseníase custeia o pagamento das horas de aula do professor, enquanto a Escola de Saúde Pública é a responsável pela certificação do curso. Os municípios mato-grossenses custeiam as despesas dos seus profissionais participantes.

Sobre a hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica infecciosa causada pela bactéria mycobacterium leprae, que se multiplica lentamente e pode levar de cinco a dez anos para emitir os primeiros sinais e sintomas. A doença afeta principalmente os nervos periféricos e está associada às lesões na pele, como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, ressecamento e perda de sensibilidade.

Dados de 2018 mostram que, em Mato Grosso, aproximadamente 4,7 mil pessoas foram diagnosticadas com hanseníase. Esses números colocam o Estado na categoria de hiperendêmico. Para combater essa realidade, foi criado o Plano Estadual Estratégico de Enfrentamento da Hanseníase (PEHAN), que propõe ações de prevenção e enfrentamento da doença em Mato Grosso, com a participação do Estado e dos 141 municípios mato-grossenses.