Selma diz que filiação ao Podemos lhe dará mais independência
A senadora Selma Arruda afirmou, nesta terça-feira (17), que irá se filiar ao Podemos por sentir que o novo partido lhe dará mais respaldo e independência. Selma deixa o Partido Social Liberal (PSL), mesma legenda do presidente Jair Bolsonaro, alegando divergências políticas.
A filiação ao Podemos está marcada para ocorrer nesta quarta-feira (18), em Brasília (DF). A assinatura do termo de filiação será realizada durante um almoço com as principais lideranças do partido.
A senadora reafirmou, ainda, que deverá se manter na base de sustentação do governo sempre que avaliar ser o melhor para o país. "Mantenho meus princípios de magistrada e de pessoa que preza pelo combate à corrupção. O fato de ingressar no Podemos não me tira desse enredo, ao contrário, ele me traz apenas para um ambiente onde eu possa ser mais acolhida, onde eu me sinta mais independente para construir um Brasil melhor para todos", disse.
Selma afirmou estar "muito feliz, honrada e otimista" pelo convite do Podemos e agradeceu o apoio recebido enquanto esteve no PSL. “Reitero meu compromisso com o povo mato-grossense e com o Brasil, em consonância com a luta contra a corrupção e com o comportamento ético no trato da coisa pública”, afirmou.
A apresentação da parlamentar aos membros do partido em Mato Grosso ainda aguarda agenda dos senadores da sigla.
CPI da Lava Toga
Um dos motivos para a saída de Selma do PSL seria o conflito enfrentado por ela com o também senador Flavio Bolsonaro nas últimas semanas. Ela estaria sendo pressionada a retirar a sua assinatura do requerimento para a criação da CPI da Lava Toga, para investigar o Judiciário.
Segundo apurou a reportagem, o PSL não tem interesse na CPI que, caso instalada, irá também investigar a atuação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.
Ele foi o responsável por suspender, temporariamente, todas as investigações em curso no País que tenham como base dados sigilosos compartilhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e pela Receita Federal sem autorização prévia da Justiça. A medida beneficiou Flávio Bolsonaro.
Se instalada, a CPI defe focar a investigação no chamado inquérito das fake news. Os senadores argumentam que o ministro teria instaurado a medida de forma ilegal.