Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Bem vindo ao Visão Notícias - 18 de Abril de 2024 - 07:18

MATERIAL RECICLAVEL

Pela primeira vez, rodovia de Mato Grosso recebe pavimento de alto desempenho utilizando material re

13 de Fevereiro de 2020 ás 09h 27min, por ASSESSORIA
Foto por ASSESSORIA

Um composto asfáltico elaborado especificamente para atender as características da BR-163/364, em Mato Grosso, começa a ser testado no processo de restauração da rodovia BR-364. Os trabalhos têm início nesta terça-feira (11.02) e é a primeira vez que uma rodovia do estado tem produto reciclado no processo. A etapa faz parte do projeto de pesquisa “Aproveitamento de Resíduos de Pavimentos Asfálticos (RAP) em regiões de alta temperatura e tráfego pesado”, realizado pela Rota do Oeste em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

O produto que entra em teste tem como novidade o reaproveitamento do fresado, material superficial removido das rodovias durante o processo de recuperação do pavimento, que antes era descartado. Durante o estudo da Rota do Oeste e UFMT, foi constatado que é possível incluir até 30% do material já utilizado em novas massas asfálticas, garantindo a economia de agregados e ligantes, mantendo a mesma qualidade, desempenho e durabilidade da rodovia.

O material foi desenvolvido exclusivamente para atender as necessidades da BR-163/364, que possui intenso tráfego de veículos pesados durante todo o ano, com aumento no fluxo de veículos na época de escoamento da safra (que vai de janeiro a março) e ainda sofre impactos causados pelas condições climáticas caraterísticas da região centro-oeste, com épocas bem definidas e divididas entre calor e chuvas intensas.

Agora, a equipe entra na terceira etapa da pesquisa, que é validada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O estudo foi realizado no laboratório de controle tecnológico de pavimento da Concessionária, localizado na sede da Rota do Oeste e recebeu alunos e professores do curso de Engenharia de Trasnportes da UFMT. O objetivo final é aplicar a tecnologia em futuras obras de implantação e restauração em todo o trecho sob concessão da BR-163, que vai de Itiquira (km 0) à Sinop (km 855).

“O projeto da Rota do Oeste é muito importante porque assim, podemos implantar a ação no nosso estado. Nós vamos partir para os trechos experimentais justamente para testar na prática, o que já constatamos dentro de laboratório. Até hoje não tínhamos uma destinação nobre para este resíduo e esta é a oportunidade de mudar este cenário”, explica o professor de Engenharia de Trasnportes da UFMT, Luiz Miranda.

O coordenador de Engenharia da Concessionária, Rheno Tormin, diz que antes de ser reutilizado, o fresado passa pelos processos de beneficiamento e caracterização. “O material que é retirado acaba vindo em blocos grandes, então ele passa pela secagem, peneiramento, homogeneização, determinação da granulometria, densidade e teor de ligante”, diz.

“Essa pesquisa tem três vieses que se somam. Eu, particularmente, me sinto agraciado por poder participar dela. Para a UFMT está sendo uma oportunidade de alongamento do conhecimento, nós observamos uma realidade atual e ficamos detentores de algo que é repassado para os alunos. A formação deles, depois dessa parceria, é muito superior ao que vínhamos fazendo”, diz Miranda.

O professor do curso de Engenharia dos Transportes da UFMT, Regis de Bel, também considera a ação um ganho. “Essa pesquisa, que é de ponta, é importante para todos, pois estamos falando da reciclagem da pavimentação asfáltica. Acredito que seja extremamente importante para a UFMT, pois os alunos podem se envolver por meio do estágio, gerando conhecimento, que é aplicado dentro de sala de aula, na disciplina de pavimentação”, diz.

O encarregado da planta industrial na MT Sul, empresa responsável por preparar o asfalto que será aplicado no teste, João Paulo Vitoriano, disse que já trabalhou com reciclados fora de Mato Grosso, mas afirma que “com um estudo aprofundado assim, é a primeira vez”. Ele considera que a Concessionária está sendo desbravadora no assunto e acredita que o resultado tem tudo para ser satisfatório. “Não consigo classificar o maior ganho, ambos são importantes. toda porcentagem que se deixa de usar de matéria-prima para reaproveitar algo que seria descartado, já é um ganho. Tanto para economia, quanto para o meio ambiente”, fala.

Veja aqui mais detalhes sobre o convênio entre a Rota do Oeste e a UFMT.